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Karin Hils: artista fala de polêmicas, carreira e paixões!

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De sorriso fácil e alma leve, Karin Hils é uma daquelas personalidades gostosas de entrevistar. O que era um compromisso de trabalho, virou uma agradável conversa ao telefone. Atualmente na novela Carinha de Anjo (SBT), como Irmã Fabiana, ela falou sobre trabalho, família, redes sociais, política e até religião. Confira um pouco dessa artista de muitos talentos!

karin hils foto 2017 entrevista popmag

O estouro!

É impossível falar de Karin Hils e não lembrar do Rouge. O grupo musical vendeu mais de 6 milhões de discos e emplacou muitos sucessos. No começo dos anos 2000, as 5 garotas ficaram conhecidas como as “Spice Girls brasileiras” e se tornaram um fenômeno do mercado. “A gente pegou um momento de transformação da música. Foi tudo muito louco, pois o digital estava ganhando espaço e as gravadoras estavam um pouco perdidas com a nova forma de consumir música. Com a gente era diferente. A gente estourou e todo mundo queria o CD, físico mesmo, ter para guardar. Sem contar as revistas, shows e produtos que eram um sucesso!” – lembra Karin.

Entre tantos hits como “Ragatanga” e “Brilha La Luna”, Karin afirma não ter uma música preferida. Sobre o término da banda, em janeiro de 2006, ela diz que eram pessoas demais envolvidas no projeto. “Tinham muitos empresários, muita gente envolvida em todas as decisões. Cada um queria uma coisa diferente. E a gente tinha pouca voz ativa dentro do grupo” – revelou.

E claro que com tantos sucessos, a banda marcou toda uma geração. “Foi especial e único. Até hoje encontro pessoas que eram fãs quando crianças. Tem gente que conta que dançava nossas músicas escondido dos pais, no banheiro. Às vezes, encontro algum colega de teatro e a pessoa fica falando que viveu toda aquela época. As crianças adoravam a gente”. Para ela, o momento da música pop nacional era de extrema criatividade e produção. “Era outra época. Muita gente estourou nessa época”

E apesar dos pedidos dos fãs na internet, Karin afirma que uma reunião do grupo é pouco provável. “Aquilo era uma novidade para o público e para o meio artístico. Tinha um propósito e o momento certo para acontecer. Não vejo sentido em um retorno atualmente”.

A carreira teatral

Após a saída do Rouge, Karin não parou de trabalhar. Iniciou algumas colaborações e projetos musicais até que, em 2009, foi chamada por Miguel Falabella para participar do musical “Hairspray”. “O Miguel foi um presente na minha vida. Uma pessoa que me ensinou demais, muito generosa e querida. Um verdadeiro amigo!”. Ela se derrete em elogios ao ator e diretor, com quem voltaria a trabalhar em outras produções.

“Eu experimentei o teatro e gostei. A música me deu ferramentas para trabalhar bem a interpretação. E eu comecei a me dedicar a isso”. Ela participou de diversas outras montagens de sucesso nos palcos. E foi então que um grande momento aconteceu na carreira de Karin. Ela foi escolhida para interpretar Deloris Van Cartier  personagem icônica do musical “Mudança de Hábito”. No cinema, Deloris foi brilhantemente interpretada por Whoopi Goldberg. O papel se encaixou no espírito alegre e jovem de Karin e foi um sucesso.

karin hil entrevista mudança de hábito

“Fui até Nova Iorque para conhecer Whoopi. Um dos momentos mais emocionantes da minha vida. Ela disse que meu bom humor ajudaria a dar vida a Deloris. Engraçado que o filme marcou muito minha vida, pois foi por causa dele que eu escolhi persistir na carreira artística.” – conta. Com o sucesso de crítica pelo papel, Karin Hils fincou mais ainda seus pés no palco.

Na tela da tevê

Dos palcos para a televisão foi um pulo. Novamente pelas mãos do amigo Miguel Falabella, ela foi convidada, em 2013, a participar do seriado “Pé na Cova”, como a irreverente Soninja. “Foi um aprendizado. Trabalhei com gente muito legal, que me ensinou muita coisa sobre televisão”.

A telinha gostou da imagem marcante de Karin Hils e, em 2014 ,ela emendou a personagem Zulma, em “Sexo e as Negas”, outra produção de Falabella. Apesar do sucesso, a série sofreu algumas críticas na época, por ter seu conteúdo considerado racista. “Eu nem lembro disso. O que ficou foram só as coisas boas mesmo.” – ela dispara.

Humor e religião

Em 2016, a atriz foi escalada para o papel de Irmã Fabiana, uma noviça cheia de alegria e que é adorada pelas crianças do orfanato. “A criançada adora a personagem. E trabalhar com elas é uma delícia. Aprendo muito todos os dias, pois os pequenos hoje estão rápidos e super antenados. E são bem profissionais”.

Karin Hils tem uma história antiga com o universo infantil. Em 2003, ainda na época do Rouge, participou da gravação do filme Xuxa Abracadabra, com a rainha dos baixinhos. “No dia da coletiva do filme ela pediu para a gente ir na casa dela, pois a Sasha queria muito conhecer a gente. Foi uma correria, desmarcamos o voo no mesmo dia, todos os compromissos e fomos para a casa dela. A famosa casa rosa, que não era rosa (risos). Ao chegar  a gente fez um tour e conheceu tudo. Xuxa nos recebeu na mesa de jantar, usando jeans, camiseta e um tênis branco. Tudo era bem pé no chão, assim como ela. Ficamos horas no quarto da Sasha, brincando com ela. Ao abrir seu closet a menina tinha todos os nossos sapatos e sandálias. Tipo, a filha da rainha dos baixinhos era nossa fã. Que demais!”

karin hils foto 2017 entrevista popmag

Interpretando seu segundo papel ligado ao catolicismo Karin Hils se define como alguém que acredita muito em Deus. “Acho que todos somos regidos por uma força maior, fundamental nas nossas vidas”. Para incorporar Fabiana, a artista fez uma extensa pesquisa sobre o catolicismo. Ela não se considera supersticiosa, mas é uma simpatizante da numerologia e da astrologia. Aliás, seu nome artístico deriva de uma consulta com um numerólogo.

Com um bom humor contagiante, a atriz é perfeita para papéis de comédia. “Me considero uma pessoa espirituosa. As pessoas dizem que sou engraçada, mas eu não me acho. Para fazer a Fabiana, assisti muitos filmes de comédia, pesquisei personagens e atores. A comédia é muito difícil, pois tenho medo de cair no caricato.”

Política, internet e racismo

Ela declara que utiliza a internet com cautela e está longe de ser uma usuária voraz. “Uso pro meu trabalho, gosto de interagir, mas não é meu foco. Evito me expor demais”.  E deixa claro que evita as discussões políticas. “A política atual é desesperadora. Fico com uma ressaca moral em ver tudo que está acontecendo. As pessoas perderam os referenciais. Tá todo mundo meio perdido e aí a discussão fica sem sentido mesmo. Mas tenho fé que vai melhorar. Tudo isso vai ser um aprendizado para o povo”.

Aliás, quando perguntada sobre a internet, ela tem opiniões bem claras. “As pessoas pegam pesado. Todo mundo vira juiz nas redes. Não sei se vejo um futuro promissor. A internet tem um lado muito legal, mas ela também incentiva a agressividade, a impunidade. As pessoas se escondem e falam o que querem. E às vezes são aquelas pessoas que convivem com você diariamente, ao seu lado, que podem ser as mais maldosas”.

Segura de si, Karin acha que o racismo ainda é muito presente na sociedade, mas vê avanços importantes. “A gente tem caminhado muito sobre o tema. Acho saudável falar sobre isso. Por meio do meu trabalho, acho que também colaboro para uma visibilidade. Gente, eu tenho uma boneca e trabalho diretamente com as crianças! Para elas é algo novo e acho maravilhoso poder trabalhar isso de pertinho. Fiz uma propaganda na novela para uma marca de protetor solar. As coisas estão mudando“.

karin hils foto 2017 entrevista popmag

Uma paixão

Entre várias coisas que adora, Karin Hils é louca por perfumes. Ela afirma conseguir reconhecer, de longe, os mais variados tipos de aroma. “Perfume para mim é sentimento, me traz sensações. É mais do que só um cheiro. Por exemplo, Azzaro é um perfume que tem cheiro de homão. Já o Black XS (Pacco Rabanne) é aquele perfume para cair na noitada, para seduzir mesmo. Anais Anais (Cacharel) tem cheiro de menina virgem, aquela bem inocente.” Entre seus preferidos estão os cítricos e frutais. “Estou em um momento Chance (Chanel), mas já usei muito Angel (Thierry Mugler) e adoro o GAP feminino.”

Independente do perfume escolhido, a essência de Karin Hils é nobre e marcante. Exala personalidade, ousadia, afeto e um toque de frescor. Exatamente como um perfume pensado para criar momentos inesquecíveis.

Jogo Rápido
Uma peça de roupa? Um bom jeans. Vai com tudo!
Um filme? Mudança de Hábito, lógico!
Uma comida preferida? Não resisto a sorvete.
Um lugar inesquecível? Lago Rosário, na Patagônia Chilena. É de tirar o fôlego!

Curtiu saber mais sobre essa estrela pop? Agora você pode acompanhar a carreira dela de pertinho!

Veja aqui a entrevista com o ator da Record, Leonardo Miggiorin!

Erisson Rosati é jornalista, especializado em moda e beleza. Já atuou em grandes veículos como Portal IG, TOP Magazine e Cabelos e Cia. É assessor de imprensa e professor de cursos livres da Universidade Belas Artes.

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