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Entrevista: Alexandre Rossi é um cara animal!

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Alexandre Rossi é o bicho! Formado em zootecnia, o especialista em comportamento animal tem uma carreira extensa e brilhante ao lado dos animais. Já teve quadro em programas na Record, SBT e Globo. Fez infinitas participações em reportagens sobre o tema, tem um programa no canal NatGeo e é autor de uma série de livros. Adepto do adestramento inteligente, esse profissional já ajudou uma série de famílias a terem uma convivência melhor com seus peludos. De fala calma e simpatia de sobra, ele nos recebeu durante o Bravecto Day, na Cobasi Villa-Lobos para uma entrevista. Ao lado da cadela Estopinha, uma vira-lata animada, e de Barthô, recém adotado. por ele, de cara já dá para perceber que o cão, é mesmo, o reflexo do dono. Os bichinhos são adeptos das fotos e mantiveram a calma mesmo nos momentos mais agitados.

alexandre rossi e estopinha e barthô entrevista exclusiva

A convivência de Alexandre com os animais vêm de longe. “Hoje eu tenho dois cães e um gato! Meu primeiro cão, foi uma cadela da raça weimaraner, chamada Tamy. Eu era o cara da bicicleta e do cachorro!” – fala sorrindo. O adestrador diz que guarda muitas lembranças especiais da cadela. “Eu lembro que ela não podia dormir dentro de casa, e quando ela ficou doente por duas vezes, minha mãe deixou ela dormir na minha cama! E, quando ela não estava bem, já corria para minha cama! Era uma alegria. Outra história que me marcou era quando alguém fazia aniversário em casa. Ela amava porque sempre ganhava um pedacinho de bolo. Era só cantar parabéns que ela vinha toda feliz. Quando ela estava bem velhinha (morreu com 17 anos), e estava bem desanimada, eu cantava Parabéns para ela, só para ver ela se animar e abanar o rabo!” – conta emocionado.

Segundo o próprio Alexandre Rossi, a maior dificuldade ao adestrar um cão está nos donos. “Muitos tutores tem dificuldade de dizer não, de estabelecer limites. O mais importante, é não recompensar o mau comportamento! Muitos tutores acabam por fazer o treinamento ao contrário! Nós reforçamos apenas o que é errado, e não parabenizamos o cão pelo que ele faz de bom.” Segundo ele, este comportamento nocivo se repete, inclusive, na criação dos filhos. “Devemos focar no reforço positivo, sempre!” – ensina.

E quem pensa que adestrar um cão leva tempo, pode ficar tranquilo. O zootecnista garante que 4 meses são suficientes para ter um cão obediente. “O importante não é quantidade de aulas do adestrador, mas sim o tutor separar um tempo para aplicar o que o adestrador ensina, todos os dias” – declara. Quando perguntado se a presença do dono é essencial na rotina de adestramento, Alexandre Rossi é enfático em afirmar que não é algo imprescindível, mas desejável. “Podemos citar um exemplo bem simples, no adestramento de cães para guia de cegos! Muitos tutores acabam tendo ciúmes dos adestradores, mas eles se esquecem que o adestrador dá recompensas com petiscos, leva para passear, reforça o comportamento correto…o tutor deve repetir esse padrão com seu cão!” – declara.

alexandre rossi e estopinha e barthô entrevista exclusiva

Em sua carreira, Alexandre já teve muitos casos difíceis, mas diz que adora desafios e de provar que, no fim, ele estava errado. “Me lembro do caso de um Mastim Napolitano, que a dona era uma senhora. Achei que o caso não iria dar resultado e que ela poderia se ferir gravemente. No final deu tudo certo. Ela aplicou os ensinamentos e ficou melhor do que eu esperava”. Outro caso que o marcou foi do labrador Baruk, um cão agressivo, apresentado em um episódio do Missão Pet. “Infelizmente, não conseguimos o resultado esperado com ele!”

Para quem está com um filhote em casa e anda passando por problemas, Alexandre Rossi tem algumas dicas. Quanto ao hábito de roer calçados, espirrar spray de gosto amargo costuma resolver. No caso de xixi fora do lugar, sprays que repelem o cão são uma boa opção. “Uma ideia é sempre entreter o cão. Comprar aqueles brinquedos que escondem petiscos ou passear ajuda muito. Lembrando sempre que o reforço positivo é fundamental. Se o cão faz xixi no local certo, elogie!“. E vamos deixar claro que castrar diminui muito a marcação de território e a urina pela casa.

Ensinar filhotes pode ser mais fácil, mas envolve persistência. É importante ter paciência e criar um vínculo com o animal. “Todos levam um tempo para adaptar-se na convivência. Até o pequeno aprender que não pode roer os sapatos, mantenha-os escondidos (risos).”

alexandre rossi e estopinha e barthô entrevista exclusiva

E se seu caso é de quem resgatou um animal traumatizado, Alexandre Rossi ensina algumas dicas que te ajudam a ganhar a confiança do peludo.  “Utilize sempre uma voz mais fina possível, fale calmamente e não insista muito. Estimule que o cão venha até você. Evite sempre olhar no olho dele e sem se debruçar sobre ele. Se ao chegar em casa, o cão fizer xixi, significa que o tutor passou do limite. Respeitar o tempo da aproximação é crucial para ganhar a confiança do cão.” afirma o adestrador.

Com tanto amor pelos animais, a carreira de Alexandre Rossi está em ascensão. Logo, ele deve desembarcar na Califórnia. O motivo é que o produtor do programa “O Encantador de Cães” fez uma seleção para escolher dois adestradores e Alexandre foi um dos escolhidos. “Estudei a vida toda para isso, vai ser uma super oportunidade!”. Ele ainda está com uma proposta para dois novos livros, pela Editora Saraiva. Neles, ele deve contar seus casos mais marcantes. É, pelo jeito, não vai faltar boas histórias! Vamos aguardar ansiosos as novidades!

Viu só? Alexandre Rossi é ou não é o bicho?

Colaboração especial: Gisele Borin

 

Erisson Rosati é jornalista, especializado em moda e beleza. Já atuou em grandes veículos como Portal IG, TOP Magazine e Cabelos e Cia. É assessor de imprensa e professor de cursos livres da Universidade Belas Artes.

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