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Bruno Bellarmino: ator volta às telas e conta tudo
Bruno Bellarmino ficou conhecido no papel do lutador de MMA Luisão, na série Global “Supermax”. Com seu porte avantajado e cara de mau, o ator interpretou um personagem com pegada bad boy e cheio de conflitos. Acontece, que Bruno está longe do estereótipo de malvado. De risada fácil e papo envolvente, o “neo-galã” fala um pouco de seus novos projetos, da carreira, da vida pessoal e da estréia da segunda temporada de Rio Heroes, da Fox Premium. Na série, ele interpreta o lutador Jair Cabeçada. Confira a entrevista exclusiva!
Logo de cara, Bruno gargalha quando questionado sobre o rótulo de galã. Ele ainda não se acostumou com esse aspecto. “Eu nunca me achei um cara lindo. Tem gente bem mais bonita do que eu. Mas acho que os personagens que faço, bem como esse lado viril e o meu porte físico ajudam a conquistar o público. Já que me acham bonito, okay, então sou um cara bonitão” – explica. Inclusive, foi exatamente a masculinidade que ele exala que ajudou nos papéis que interpreta. “Já fiz policial, funkeiro, lutador e skinhead. Realmente tenho um perfil que se enquadra bem nestes personagens. Mas eu não quero ficar ligado só a isso. Sou ator, quero fazer coisas diferentes e desafiadoras. Interpretei um topógrafo na série “Mil Dias”, do History Chanel e foi um trabalho muto legal de fazer”. Exibida em 2018, “Mil Dias” conta a história da construção de Brasília.
O sucesso de Bruno em Supermax fez com que ele engatasse vários trabalhos. Todos em séries. Já fez também “Carcereiros”, da Globo, “3%”, da Netflix e “Natureza Morta”, do Cine Brasil. Quer mais? O ator está escalado para interpretar um skinhead na terceira temporada de “Rotas do Ódio”, do Universal Channel, com previsão de estreia para setembro de 2019. “Fazer series é muito legal, mas tenho sonho de estar em uma novela e também no teatro. Inclusive, estou escrevendo um monólogo, justamente sobre o trabalho de ator.”
Na peça, Bruno pretende abordar dilemas por meio de várias situações que os atores passam na vida real por conta da profissão, como os testes e personagens. “Ser ator me encanta. Não poderia estar mais feliz com o que escolhi fazer. E o trabalho do ator envolve muita energia, preparação, psicológico…não é só ter um corpo legal. Se não tiver o conjunto, acaba ficando vazio”. E Bruno garante que se envolve muito com cada um dos seus personagens. “Eu realmente vivo a personagem o tempo todo que estou no projeto. Chorei quando Luizão morreu, foi muito forte”.
A paixão pela arte veio cedo. Criado na periferia de Olinda, o flerte começou aos 14 anos. “Fui a um festival, que chamava “Boca do Lixo”. Eram jovens contestadores, uma coisa fora do comum, gritando suas frustrações. Olhei aquilo e pensei: eu quero estar ali, naquele palco”. E foi isso que ele fez, aos 16 anos conheceu o teatro por meio do trabalho de uma ONG e chegou até a ter uma banda de rock underground. “Eu me apaixonei pelo grotesco. Vinha de uma realidade muito difícil, pobre e me sentia inconformado com muitas coisas. A arte foi uma maneira de eu gritar para o mundo minha dor”.
E é justamente isso que ele defende no cenário atual. Para Bruno Bellarmino, o país passa por um momento delicado politicamente e socialmente. “O Brasil experimenta uma onda reacionária fortíssima, que impacta muito a arte. Existe uma permissão para colocar os monstros para fora. E isso aumenta o ódio entre as pessoas”. E o ator é categórico em reafirmar o papel da pessoa pública nesta hora. “As pessoas precisam de uma opinião política forte, levantar a voz, contestar tudo que está acontecendo. O que vejo é um deixa rolar perigoso. Agora, o papel do artista é fundamental. Eu fui jovem e já fui muito influenciado por artistas. Eu fui pobre, jovem e eu amava ter alguma esperança. E a arte te traz isso. A arte te tira da alienação”
Apesar da desilusão com a política no Brasil, Bruno Bellarmino se declara feliz morando em São Paulo. “Aqui eu estou existindo como eu queria desde a adolescência. São Paulo tem coisas maravilhosas”. Apaixonado por esportes, Bruno descobriu na bicicleta a melhor amiga para se relacionar com a cidade e manter os pensamentos em ordem. Anda diariamente e ainda pratica musculação e jiu-jitsu. “Não sou bitolado em exercício, mas gosto de esporte. O esporte traz um coletividade, um senso de justiça. É a competição usando sua técnica. Não é apenas vencer.”
E se na telona ele carrega o lado durão, na vida ele se considera bem mais flexível. “Sou muito boa praça, odeio briga, discussão. Faço de tudo para evitar conflito“. Bruno Bellarmino se declara um cara família, cresceu em ambientes com muitas pessoas e de famílias unidas. “Acho que é uma herança do Nordeste. Eu gosto de estar entre pessoas queridas e claro que sinto falta de casa.” Agora, cuidado! Apesar de se considerar romântico, ele é avesso a romances muito melosos. “Eu sou romântico, mas não sou muito de ficar de dengo. Aprecio a independência no casal”. Na vida privada, o ator se revela uma pessoa descontraída e caseira. “Gosto de sair, mas também aprecio muito ter minha rotina.”
E advinha qual filme marcou a vida de Bruno? “Meu pé esquerdo”. O longa de 1989, com Daniel Day-Lewis, foi uma forte referência em sua carreira. “Lembro de ter visto na Sessão da Tarde e fiquei impressionado. Aquilo mexeu comigo por dias seguidos. Depois revi o filme e cada vez percebo o poder do trabalho de atuação que existe ali. É lindo!” Quando o assunto são séries ele se confessa um aficionado. “Adoro assistir e faço muitas maratonas. Entre as minhas preferidas estão Black Mirror, Breaking Bad e Um contra todos”.
De gostos simples, Bruno Bellarmino sabe cozinhar e diz que não é adepto de dietas. Como de tudo. Tanto que seu prato preferido é uma iguaria de infância. “Macarrão com carne, batata, molho e farinha. Nada me deixa mais feliz”. Já quando o assunto é estilo, ele mostra um olhar básico, mas certeiro para moda. “Não sou muito de seguir moda, sou básico. Adoro o preto, pois me deixa confortável, sempre acho que estou bem vestido de preto”. Ele elege como look perfeito calça jeans, camiseta, bota e uma jaqueta. E quer saber o cheiro que o acompanha? Eternity, de Calvin Klein, um clássico da perfumaria masculina.
Durante a entrevista, Bruno Bellarmino deixa claro que aplica na vida, aquilo que ele considera sua religiosidade. “Fui criado no catolicismo, mas acredito mesmo na atitude das pessoas. A religião é vivência cotidiana e não uma prática engessada”. Cheio de atitude e com uma personalidade forte e cativante, esse pernambucano arretado mostra que merece tudo aquilo que vem conquistando. E isso deve ser só o começo. Ele está escalado para uma nova série da Netflix, sobre a qual ele faz segredo total. Inclusive, ele planeja uma viagem internacional para breve. “Ainda não posso contar, mas pretendo alçar voos mais altos”. Ao que parece, a cara de mau esconde um coração generoso e uma personalidade cheia de talentos. Estamos contigo Bruno! Continue a brilhar!
Confira o trabalho do ator nas telas e conta pra gente em qual papel você adoraria ver Bruno Bellarmino!
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