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Encontro Selvagem: Comédia dramática é boa surpresa

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Não dá para negar que Woody Allen fez história em Hollywood. Ame ou odeie, o diretor é uma influência para uma geração inteira, com suas comédias inteligentes e sarcásticas. E é dessa veia que o diretor Neil LaBute bebe para montar o seu bem intencionado Encontro Selvagem (2017, Mares Filmes). Lançado exclusivamente para DVD, o logo garante uma diversão leve para quem gosta de diálogos rápidos.

https://www.youtube.com/watch?v=UTg6daavoZw

A trama por trás de Encontro Selvagem gira em torno de um executivo de meia idade, que tem uma aventura amorosa na cidade de Albuquerque, Novo México, da qual ele se lembra muito pouco. Acidentalmente, ele vai parar na mesma cidade com sua colega de trabalho, um ano depois da aventura. Na cidade, ele se sente tentado a repetir a dose a descobrir o que realmente aconteceu naquela noite, cheia de dúvidas geradas pela bebida. E aí que começa uma busca pelo Encontro Selvagem.

O grande trunfo do filme está no elenco. Quem não se lembra de Matthew Broderick, um ícone dos anos 80 em “Vivendo a vida adoidado” (1986)? O filme marcou uma geração e lançou o jovem ao estrelato (o ator passou por uma depressão há alguns anos). Agora, mais maduro, ele retorna com uma boa atuação, encarnando um executivo travadão. Mas que está disposto a abrir-se para o novo. Do outro lado, sua colega, interpretada pela linda e charmosa Alice Eve, se mostra uma mulher controladora e inteligente, que vive uma relação amorosa delicada (e cheia de tabus). Desse choque de personalidades, nasce a tensão de Encontro Selvagem.

Claro que parte do brilho do filme está na tensão sexual da história. O fato de serem colegas de trabalhos, isolados em uma cidade estranha, em busca de pistas sobre uma noitada de sexo selvagem joga um véu interessante sobre as situações. E é evidente que a busca passa por situações cômicas e trágicas, mostrando um homem em busca de suas verdades.

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O filme começa meio devagar. A sensação inicial é que vai ser um filme chato e pretensiosamente inteligente. Mas com o passar dos primeiros 20 minutos, a coisa melhora muito. Aos poucos a narração fica mais dinâmica, os diálogos mais afiados e tudo parece se encaixar. Você quer ir até o fim para descobrir o que está por trás das lembranças do executivo.

Realmente está longe de ser um grande filme, mas merece atenção pelos amantes do gênero. É aquele tipo de história que pode agradar quando você deseja a leveza de uma comédia, sem cair no pastelão exagerado. E realmente vale pelas atuações e originalidade do final.

E você? Já teve muitos encontros selvagens que estão esquecidos na memória?

Erisson Rosati é jornalista, especializado em moda e beleza. Já atuou em grandes veículos como Portal IG, TOP Magazine e Cabelos e Cia. É assessor de imprensa e professor de cursos livres da Universidade Belas Artes.

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