Felipe Silcler: o Zumbi, da novela Topíssima, conta tudo!

Aos 28 anos, o carioca Felipe Silcler vem ganhando espaço em Topíssima, nova trama da Record. Interpretando o engraçado estudante de medicina Zumbi, ele tem arrancado elogios do público. Com uma carreira que começou aos 11 anos e uma sólida formação teatral, o jovem prova que ainda tem muito para mostrar nas telas. O ator, que participou de produções como “Totalmente Demais” e “Novo Mundo”, da TV Globo, faz agora sua terceira novela e fala um pouco do futuro, carreira e vida pessoal. Confira a entrevista exclusiva que ele deu ao POPMAG.

“Zumbi é um presente. Um personagem delicioso de fazer. Ele tem uma intensa vida social e circula muito pelos vários núcleos da trama” – declara Felipe. Apesar de cursar medicina, o rapaz – que na verdade se chama Milton – desmaia toda vez que vê sangue. Ele faz parte do núcleo da República,  junto com atores mais jovens como Marcela Rica, Bruno Guedes, entre outros. E como não poderia deixar de ser, adora festas e badalação.

Apesar do pique de Zumbi, Felipe se considera bem mais calmo. “Eu gosto de sair, mas a rotina intensa de trabalho me deixa um pouco cansado. E meus passeios preferidos são trilhas, praia, um barzinho com os amigos. Coisas mais leves. Balada só em ocasiões especiais.” Outro ponto em que o ator destoa de seu personagem é na aversão ao sangue. “Não tenho medo nenhum. Eu me preocupo mais com o que as pessoas estão sentindo, se eu vejo alguém passando mal. Mas sou forte para esse tipo de coisa. Acho que eu seria médico numa boa, mas a arte me pegou antes”.

E o namoro com o palco começou faz tempo. “Eu era bem pequeno e me lembro de uma apresentação do Luis Carlos Tourinho, no Criança Esperança como do fantasminha Pluft. Ali eu acho que decidi que queria fazer aquilo pro resto da vida”.  Aos 11 anos ele já estava em sua primeira peça. Além das artes cênicas, Felipe estudou dança, canto e percussão. “Não me considero um dançarino, mas tenho muita vontade de aprender sapateado e aprimorar minha habilidades de canto. O teatro musical me fascina e vem crescendo no Brasil”.

Felipe Silcler já esteve em alguns musicais. Ele interpretou o Espantalho, em “O Mágico de Oz” e Capitão Gancho, em “Peter-Pan”. “Eu sempre amei o Peter Pan e tive a grande chance de estar em uma das montagens nacionais. Foi maravilhoso. Também fiz o musical Forrobodó, com André Paes Leme, mais recentemente.” Para ele a experiência do palco e da tela são completamente diferentes. “O teatro te coloca muito próximo do público. Por outro lado, a tevê tem um alcance absurdo. Você faz parte da vida das pessoas, entra na casa delas, todo o dia por meses. O reconhecimento e o carinho das pessoas são enormes”.

Na televisão, Felipe Silcler ganhou destaque como o personagem Cascudo, de “Totalmente Demais”. Em seguida, interpretou um jornalista negro que precisa lidar com o preconceito ao viver um amor por uma mulher branca em “Novo Mundo”. “Foi interessante de fazer, pois lida com essa coisa da ancestralidade, que tem muito a ver com minha história. Eu me preparei desde o começo, li muito, pesquisei sobre a época. O Libério era um negro letrado, que desafiava a ordem da época. Portanto teve um papel de resistência muito importante na trama e que serve de exemplo para muita gente”.

Ainda sobre o racismo na mídia e no país ele dispara. “Temos tidos muitos avanços, mas ainda está longe de resolver a situação. Fico feliz em ver um número maior de atores negros em produções nacionais e, principalmente, a valorização da cultura afro. Precisamos falar mais e mais sobre isso“.

O ator acredita que as interações digitais ajudaram a abrir novos debates. ” Acho a internet maravilhosa, até mesmo para a produção de ótimo conteúdo. Talvez o uso que as pessoas fazem da tecnologia é que esteja errado. É preciso olhar para o interior do Brasil, que é um país gigante. E as redes favorecem isso. Por outro lado, as pessoas estão cada vez mais sem tempo e engolidas pelos meios digitais”. Aliás, quando o assunto é a modinha dos influenciadores o artista defende o bom conteúdo. “Tem muita gente produzindo coisa legal, mas há aqueles sem talento que só pegam trabalhos pela sua fama na internet”.

Como teve forte formação no teatro, Felipe Silcler vê o momento político do país como um forte golpe para as produções nacionais. “Não é de hoje que a cultura está sucateada.  Não é uma prioridade para as pessoas, mas é preciso entender que educação e cultura caminham juntas. Todo o entretenimento que as pessoas gostam de consumir é arte e isso gera muitos empregos e movimenta a economia. O teatro me ajudou demais a ser quem sou.”

Pisciano assumido, ele se declara sonhador, romântico e carinhoso. “Não me considero um místico, mas cultivo uma visão universalista, gosto do espiritismo. Acredito muito em energias e na física quântica. Tudo está conectado”. E como bom pisciano, Felipe adora estar entre amigos. “Sou bom na cozinha e faço uma massa ótima”.

Sobre seu estilo pessoal, ele diz que não segue tendências, mas investe em um visual estiloso. “Eu gosto de criar minha própria imagem, independente da moda. Estou em um momento de calças leves, roupas confortáveis e muitas estampas”.  Entre seus projetos está o de criar uma marca de roupas com uma pegada despojada. Além disso, está trabalhando em um monólogo sobre sua ancestralidade.

Apesar de não ser muito vaidoso, não abre mão de seu perfume, 212 Vip, de Carolina Herrera. Na lista de desejos, nada de produtos, mas sim experiências: quer viajar mais pelo Brasil. “Sou uma pessoa simples, de gostos simples. Meu maior sonho é poder viver da minha arte para sempre.”

Esbanjando carisma, boas energias e um pensamento conectado com os novos tempos, Felipe Silcler prova que é um talento para ficar de olho. Esperamos que seu próximo personagem não demore, pois Zumbi vai deixar saudades.

E com esse sorrisão e simpatia, como não ganhar nosso coração? Felipe Silcler promete chegar longe!