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Jogo perigoso: filme é uma experiência eletrizante!

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Stephen King não é só feito de IT. Na década de 90, o nome do escritor era sinônimo de ótimos filmes de terror. E agora, uma outra obra deste autor ganha as telas, em uma grande adaptação. Jogo Perigoso (Gerald´s Game) é um filme de puro suspense e tensão, que vai colar qualquer um no sofá. E já está disponível na Netflix.

jogo perigoso novo filme de stephen king na netflix

Tudo começa quando um casal resolve passar o final de semana em uma casa isolada, no meio da floresta. A relação de ambos está bastante desgastada e o sexo tornou-se raridade. A ideia é aproveitar o isolamento e a beleza do lugar para apimentar as coisas.

Gerald (o marido, interpretado por Bruce Greenwood) quer realizar o fetiche de algemar a esposa, Jessie, (a ótima Carla Gugino) na cama. Ela topa a fantasia até que Bruce perde o controle. Acontece um imprevisto e Jessie se vê algemada em uma cama, sozinha e em um lugar isolado. Ali, ela terá que sobreviver e achar um meio de escapar, se não quiser morrer de fome, desidratação ou vítima de animais famintos.

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A força do filme está no incrível aspecto psicológico, uma das especialidades de King. Jessie vai reviver sua infância e diversos momentos traumáticos. Tudo isso, enquanto “discute” com sua própria consciência e se vê aterrorizada por sombras, alucinações e uma criatura estranha.

Os sustos não são o foco. Em Jogo Perigoso a luz está no suspense e na aflição gerada pela situação da jovem mulher. King sabe construir bem seus personagens e o diretor (Mike Flanagan) tem um poder impressionante de condensar isso em um roteiro eletrizante, sem ficar cansativo (vale lembrar que os livros do autor costumam ter muitas páginas).

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Jogo Perigoso toca em temas muito atuais, como estupro, relações abusivas, pedofilia e até suicídio. A personagem de Carla (que segura o papel do início ao fim) tem uma relação delicada com o marido e traumas criados por seu pai (vivido por Henry Thomas, de E.T.)

Não é possível falar do filme sem citar um pouco da obra de Stephen King. Ele é responsável por momentos memoráveis do cinema nos anos 80. Filmes como IT, que agora ganhou uma versão repaginada e muito mais interessante, reforçam o poder deste autor em criar o terror de forma inteligente, sem apelar para clichês.

Stephen King é o criador de “Carrie – a estranha” e também de “O Iluminado”, um dos clássicos eternos do cinema de terror. Sempre com forte tendência a explorar mais o suspense e aspectos psicológicos de personagens atormentados. E aí que mora o terror de Jogo Perigoso: justamente ao aproximar seu terror de homens comuns, deixando de lado as criaturas fantásticas ou demônios, é que ele consegue nos colocar tanto medo. (lembra um pouco o estilo de Here Alone, um filmaço!)

Inclusive, em Jogo Perigoso, há várias referência a obras clássicas de King. Como Cujo (1983), que fala de um cão assassino. Ou ainda sobre Louca Obsessão, que foi brilhantemente adaptado para o cinema em 1990, imortalizando a atuação de Kathy Bathes, como uma fã psicopata (uma curiosidade: este filme inspirou o clipe de “Please don´t leave me”, da cantora Pink).

Se você é amante de um bom filme vai adorar Jogo Perigoso. O equilíbrio de uma boa história, com uma adaptação precisa, cria um filme singular. E as atuações ajudam muito a colocar esse filme entre um dos que você precisa assistir. E se você é um entusiasta do terror inteligente, precisa conhecer melhor a obra de Stephen King. Ela está ganhando destaque nos últimos tempos, como na série “O Nevoeiro”, também da Netflix.

E então? Você topa entrar nesse Jogo Perigoso? A gente garante que você não vai se arrepender!

 

 

Erisson Rosati é jornalista, especializado em moda e beleza. Já atuou em grandes veículos como Portal IG, TOP Magazine e Cabelos e Cia. É assessor de imprensa e professor de cursos livres da Universidade Belas Artes.

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